segunda-feira, junho 05, 2006

Conflito Identitário III

Alexandre Herculano desmascarou totalmente os “lusistas”, utilizando uma ironia a roçar quase o insulto contra aqueles que a partir do século XV falsificaram de forma tão escandalosa a identidade dos até então chamados “portugalenses”. O responsável pela alienação da nossa identidade foi o bispo de Évora, Garcia de Menezes no século XV. Coloco aqui algumas imagens da obra de Herculano, não vão alguns leitores mais incrédulos pensar que eu estou a “inventar”:

Retirado do livro história de Portugal, paginas 36 e 37


Deixo aqui também a referencia às obras anteriores à alienação da nossa identidade.


Para finalizar deixo aqui uma página inteira dedicada por Herculano a este assunto na mesma obra, onde são visíveis as palavras duríssimas usadas por Herculano contra a desonestidade dos responsáveis por esta alienação:


Reparem nas palavras utilizadas por Herculano, podem confirmar na imagem que disponibilizei:

“exagerada até ao absurdo”

Sobre o livro “monarquia lusitana” Herculano vai ainda mais longe nas palavras:

“enfeitou com todas as patranhas que lera ou inventara”

Herculano classificou o livro de:

“altamente ridículo”

Mais esclarecedor Herculano não poderia ter sido.

Herculano era considerado o grande génio, logo nenhum lusitanista se atreveu a confronta-lo, no entanto mais tarde Oliveira Martins lembrou-se na sua obra de dizer o seguinte:

Hilariante! “alarguemos a fronteira do Douro até ao Minho (conquista da Lusitânia sobre a Gallaecia” , e “qual é o povo que ao longo da sua vida histórica deixou de conquistar ou de ser conquistado” e ainda que “qual é o que não ganhou ou perdeu para os seus vizinhos”

Isto é verdadeiramente criminoso em termos identitarios! Oliveira Martins sabia perfeitamente que nunca existiu qualquer conquista da Lusitânia sobre a Gallecia (mesmo que consideremos o mouro Al-mansor como lusitano), o que se passou foi precisamente o contrario!!!

Esta deturpação identitaria ainda hoje está profundamente enraizada nos próprios nortenhos. Um povo que utilizando a terminologia de Oliveira Martins foi “conquistado” sem se ter apercebido disso. Tal como Herculano, Oliveira Martins também defende que desde a fundação sempre faltou a Portugal uma unidade de raça.



Fonte: Oliveira Martins, Historia de Portugal, pag 11 e seguintes



Esclarecedor!

Isto mostra que na realidade o vencido é muitas o vencedor.

Quer Alexandre Herculano quer Oliveira Martins escreveram as suas obras no seculo XIX (como podem confirmar pelas diferenças ortográficas), e ambos nasceram em Lisboa. Herculano era catolico e conservador, mesmo assim foi perseguido pela igreja catolica por ter desmascarado a suposta intervenção divina na batalha de Ourique. Tratar a historia como uma ciencia e não como um conto de fadas tinha as suas consequências.