quarta-feira, agosto 30, 2006

"Racismo" científico I

Nem tudo o que parece é.

Qualquer Portuense por muito moreno que seja (obviamente refiro-me a portuenses de sangue) é entre 98% a 100% branco, caucasiano, ou o que preferirem chamar, ao passo que por exemplo muitos brasileiros podem aparentemente ser brancos e loiros, mas esses brasileiros das duas uma, ou são filhos de pai e mãe europeus que emigraram para o Brasil, ou então têm muito sangue índio e negróide que herdaram dos seus antepassados.

Aparentemente muitos dos brancos do Brasil são loiros, mas fazendo um teste genético principalmente ao mtDNA facilmente encontram as linhagens negróides e amerindias, linhagens essas que estão completamente ausentes (ou são residuais) nos habitantes do Norte de Portugal, por muito que o Minhoto ou o Transmontano seja mais “moreno” que o Brasileiro.


Mesmo no sul do Brasil, verificamos que a população aparentemente “branca” tem na realidade 12% de linhagens femininas negróides e 24% de linhagens amerindias, ou seja de índias, no entanto no sul do Brasil 64% das linhagens femininas são de facto europeias.
Claro que no norte do Brasil a miscegenação é ainda maior, aí 55% das linhagens femininas dos “brancos” são amerindias.
No nordeste Brasileiro 44% das linhagens femininas dos “brancos” são negróides. E repito que estou só a falar da população branca, analisando somente aqueles que se auto-consideram como brancos.

A herança genética Índia nos brasileiros é muito maior do que geralmente se supõe.
De facto os portugueses massacraram o povo autóctone da terra que invadiram, mas ao mesmo tempo que o faziam procriavam com as índias. Desde o começo da colonização, foram de Portugal para o Brasil principalmente homens, e raríssimas mulheres. E os colonos, desde o início, acasalavam-se com as índias, formando focos de mamelucos, resultado da miscigenação entre índios e portugueses. No final do século 16 quase metade da população brasileira era branca, mas branca da terra, isto é, mamelucos. E, no conjunto da população, o número de brancos europeus era ínfimo.

Numa sociedade com carência principalmente de mulheres, os índios e negros aliciados como escravos raramente conseguiram uma companheira", inutilizando-se como povoadores. Os descendentes mestiços do cruzamento entre europeus, índias e negras foram aqueles que formaram o povo brasileiro e constituíram a identidade brasileira até praticamente 1850.
Os brasileiros surgiram efectivamente do cruzamento de portugueses brancos com multidões de mulheres índias e negras.

A elite Brasileira racista dos séculos XIX e XX sonhou promover, com a imigração europeia, o branqueamento da população. Mas os imigrantes não formaram núcleos étnicos isolados, incorporando-se à população já existente através dos casamentos.

Eu considero que esse tipo de “branqueamento” é uma forma de mestiçagem, apesar de reconhecer que foi bem intencionado, o “branqueamento” não eliminou nem poderia eliminar o que já estava irremediavelmente presente no sangue.

Alguns brasileiros tiveram a coragem de defender um ponto de vista elitista, como por exemplo Oliveira Viana, que considerava defeituosa e inadequada a formação racial do povo brasileiro, devido à enorme presença nela do negro, do índio e dos mestiços.

Oliveira Viana defendeu um Brasil onde a elite branca, “ariana”, era tudo, e o povo, descendente do cruzamento da minoria europeia com índios e africanos, era o problema.

No entanto, como é óbvio, qualquer brasileiro que seja apenas e só descendente de europeus (o que a partir da segunda geração é muito complicado) já pode ser considerado racialmente europeu, apesar de ter nascido na América do Sul, mas isto só é valido para estes casos. Os japoneses por exemplo cometem esse erro, já que permitem que descendentes de japoneses nascidos no Brasil optem por ir viver para o Japão, e cometem um erro porque uma coisa é ser-se exclusivamente descendente de japoneses, outra coisa muito diferente é ser-se descendente de japoneses misturado com brasileiros, e o Japão erra ao convidar estes últimos a trabalhar no Japão.

Ao defender um “racismo” científico considera-se que os traços culturais são pouco relevantes e o que pesa é o fundamento biológico.

Claro que os patrioteiros podem dizer que este discurso é desumanizador, estão no seu direito, até considero normal que os patrioteiros prefiram dar importância à língua que lhes foi imposta, à bandeira, e até quem sabe à selecção de futebol.

Nesse sentido é importante distinguir o “racismo” popular do “racismo” cientifico, porque são duas coisas diferentes. O “racismo” popular baseia-se numa percepção empírica de características físicas palpáveis, ao passo que o “racismo” cientifico baseia-se no património genético.

Fonte: Os dados genéticos sobre a população do Brasil foram retirados da revista “Ciência Hoje” de Abril de 2000

quarta-feira, agosto 02, 2006

Monarquia Cubana

Castro sucede ao irmão Castro.