quinta-feira, maio 05, 2005

Causa Identitária



Já está disponível online o site da Causa Identitária.

Já agora, andam uns comunistas a espalhar pela net que os elementos da Causa Identitária foram agredidos no último 1º de Maio, mas as informações que me chegaram são diferentes, e os elementos em causa não têm aparentemente qualquer ligação com este novo projecto.

3 Comments:

At 2:12 da tarde, maio 05, 2005, Blogger Bruno Santos said...

Este postal sobre a Causa Identitária vem mesmo a calhar para a questão do "multirracialismo" de António José de Brito, que comecei a debater com o JAPMG no «Pasquim da Reacção».

Julgo que há grande confusão sobre esta matéria. As declarações de AJB na sequência do tal congresso nacionalista têm uma explicação simples. Eu não estive presente no congresso, mas julgo saber o que se passou. Parece que um dos participantes defendeu a ideia de Europa "de Lisboa a Vladivostok". A asserção foi refutada por AJB, o que terá levado alguns participantes a pensarem que ele é um adversário implacável do "identitarismo" e da nossa etnia. Ora, o que AJB comentava, e quanto a mim bem, é que no caminho até Vladivostok cruzamo-nos com povos bem distintos, como os mongóis, que nada têm de "europeu". Ou seja, a intervenção de AJB não só não foi um "atentado étnico", como até — bem vistas as coisas! — acaba por sufragar a ideia "biológica" de raça.

Gostaria de apresentar aqui um trecho do «Destino do Nacionalismo Português», publicado por AJB em 1962. Repare-se que, à época, Portugal ainda ia "do Minho a Timor", e era de certo modo uma construção multirracial, pelo que as teses de AJB são corajosas e bem reveladoras do seu pensamento. Aqui vai o trecho:
«(...)afigura-se perfeitamente justo que (...) se considerem mais aptos para continuar a defender a nação os descendentes daqueles que a fundaram (...) É extremamente aceitável a opinião segundo a qual a nação que abrir (...) as suas portas a homens de sangue estranho ao seu correrá um forte risco de dissolver-se. O nacionalismo reclama, portanto, uma forte vigilância das mesclas raciais, destinada a garantir o mínimo de coesão física e psíquica, que assegure a vida e perenidade duma pátria.» Isto, repito, em 1962, quando a dimensão multicontinental da Pátria era uma realidade indesmentível! Para que não restem dúvidas, caro JAPMG, respigo ainda da citada obra:
««Na verdade, se uma nação é um património moral comum conexo a certo território, os indivíduos fixados nele, que esse património vão transmitir uns aos outros, através dos séculos, têm de formar uma sucessão de gerações ligadas hereditariamente, ou seja, ligadas por um vínculo de sangue.»

"Ligadas por um vínculo de sangue", caro JAPMG. Onde está, então, o "multirracialismo" de AJB? E antecipando eventuais refutações, digo desde já que AJB subscreve ainda hoje todas e cada uma das suas obras.

Outra confusão que reina por aí prende-se com o facto de AJB ter estudado, e publicado teses e livros, sobre o "materialismo rácico" do III Reich. E concluiu que, até 1945, a par de uma escola que propugnava o chamado racismo estritamente biológico, existiu outra que defendia tese algo distinta. Isto academicamente, em pleno III Reich, durante a guerra — e envolvendo académicos e cientistas brilhantes. AJB teve sempre tendência para sufragar a segunda tese, por vislumbrar um ou outro ponto fraco na primeira, mas nunca sem ter deixado de entender a nação como uma sucessão de gerações "ligadas por um vínculo de sangue".

A obra de AJB é vasta e ímpar. Pode e deve ainda hoje ser estudada e aproveitada pelos nacionalistas. Há por lá muita doutrina que nos serve na perfeição. Até porque ele será, mais tarde ou mais cedo, reconhecido como uma das grandes figuras da Filosofia e do Direito em Portugal. É por isso que me custa ler certas acusações que, pelo que leio nas suas obras e pelo que lhe conheço, não têm qualquer fundamento.

 
At 4:28 da tarde, maio 05, 2005, Blogger Suevo said...

Caríssimo BOS

Sinceramente tinha a ideia que o Prof Brito, até pelas declarações dele na entrevista ao Independente e no tal congresso nacionalista (com as criticas à suposta ética nórdico-ariana), defendia que o ser-se português era muito mais uma questão “cultural” que de sangue, ou seja se um africano tivesse a “cultura” portuguesa poderia ser considerado português.

O Prof Brito disse o seguinte em Outubro de 2001:
“Os nossos compatriotas são os que pensam como nós, onde quer que estejam e descendam de quem descenderem. É com eles que importa marchar (…)

No entanto, e como reconheço que o BOS conhece muito melhor o Prof. Brito e a sua obra, vou dar-lhe o benefício da dúvida, e vou deixar de catalogar o Prof. Brito como multirracialista.

 
At 9:51 da tarde, maio 05, 2005, Anonymous Anónimo said...

«O nacionalismo reclama, portanto, uma forte vigilância das mesclas raciais, destinada a garantir o mínimo de coesão física e psíquica, que assegure a vida e perenidade duma pátria.»

«Na verdade, se uma nação é um património moral comum conexo a certo território, os indivíduos fixados nele, que esse património vão transmitir uns aos outros, através dos séculos, têm de formar uma sucessão de gerações ligadas hereditariamente, ou seja, ligadas por um vínculo de sangue.»

Revejo-me completamente nestas duas citações. Se o prof. AJB ainda hoje as mantém, então não tenho motivo nenhum para não lhe chamar camarada.

NC

 

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