segunda-feira, maio 08, 2006

1966

Nesta fotografia podemos ver os capitães da Inglaterra e de Portugal.
Como podem facilmente verificar o capitão português era um negro.

Estávamos em 1966, ou seja muito antes do 25 de Abril de 1974.

A responsabilidade por isto não era dos “capitães de Abril” nem dos “esquerdistas” mas sim da “direita nacional” Salazarista.

Alguns jogadores europeus estranhavam já quando este negro (Coluna) capitaneava o Benfica, porque gritava com os brancos e aparentemente todos lhes obedeciam, o capitão e líder da selecção portuguesa era um negro, isto para além do seleccionador português em 1966 ser Brasileiro.




Nesta fotografia podemos ver em acção a pantera negra, Eusébio, os brancos da Bulgária caem por terra não conseguindo deter a força deste português.

Arrisco-me até a dizer que se o Professor Oliveira Salazar fosse vivo, viveria um dos dias mais infelizes da sua vida no dia do jogo Portugal-Angola, já que para Salazar todos são portugueses, o Mantorras, o Costinha, o Sim(ulaç)ão Sabrosa ou o Akwa, todos seriam portugueses e só poderiam jogar pela equipa das quinas. Quando muito poderia dizer que uns eram portugueses de primeira e outros de segunda, mas acima de tudo, todos eram portugueses!

Afinal de contas, o grito patriótico português mais em voga na altura era:

Angola é nossa!

É fácil culpar o 25 de Abril pela decadência racial em que vivemos, de facto é fácil, mas não é sério. Também não podemos colocar todas as culpas no Estado Novo, afinal de contas a origem dos problemas étnicos remonta à própria formação da nacionalidade, com as celebres mourarias. Se falarmos especificamente de negróides, sabemos que o problema começou pouco depois da batalha de Aljubarrota, quando o filho de D. João I, ou seja o Infante D Henrique, decidiu começar a importação de negros para o Algarve.