quinta-feira, julho 13, 2006

20.000 judeus convertidos à força em Lisboa


Já falei acerca destes acontecimentos em posts anteriores, o que não me impede de ir acrescentando outras fontes, já que considero este tema importante quando falamos em “raça e identidade”.

Oliveira Martins refere claramente que faltou a coragem purista que demonstraram os castelhanos (mesmo em Castela é utopico acreditarmos que TODOS os judeus foram realmente expulsos, no entanto temos que reconhecer o enorme esforço que alguns monarcas castelhanos fizeram nesse sentido), em Portugal optou-se deliberadamente por leva-los para o porto de Lisboa à espera de supostos barcos que nunca chegariam para em seguida converter os judeus fazendo deles “cristãos-novos” portugueses à força.

O que pouca gente parece saber é que tanto eram denominados de cristãos-novos os mouros (árabes e berberes) como os judeus, isso provavelmente acontece porque em Portugal existe nas pessoas menos esclarecidas a consciência errada que os mouros foram todos expulsos para Africa aquando da reconquista, o que é totalmente falso.

Também foi especialmente grave o facto do rei de Portugal, D. Manuel I, ter decidido alterar os nomes de família e pessoais a estes judeus e mouros. A conversão compulsória implicava que os judeus portugueses tivessem que abandonar seus nomes característicos, passando a adoptar nomes e sobrenomes "cristãos". Em geral, adoptaram os nomes mais comuns entre o povo, ou os nomes de família dos seus padrinhos de baptismo católico. Assim deixaram de existir portugueses com nomes semitas e berberes, dando assim uma ideia errada que todo o país era etnicamente homogéneo, a meu ver era preferível que continuassem a existir nomes arabes e judeus.

A intenção portuguesa era óbvia, uma unificação étnica através duma “miscegenação” onde existiriam apenas “portugueses”, tudo em nome duma suposta unidade étnica nacional que só existia na cabeça do rei e daqueles que o rodeavam.

Claro que, mesmo contra a vontade dos soberanos de Portugal, muitos “cristãos velhos” não foram nessas cantigas de unidade nacional e passaram a olhar com muita desconfiança para os “cristãos-novos”.

Como já disse anteriormente, para agravar este quadro já de si desastroso, acresce ainda o facto da proibição real que impedia os judeus de imigrar, isto por causa da sua alegada importância para a economia portuguesa.

Falando apenas dos judeus, depois disto passaram a existir em Portugal três tipos de portugueses de origem judaica. Os convertidos espontaneamente antes do decreto de D. Manuel (que se confundiam com os outros elementos da população e que, pelo menos em tese, desfrutavam de todos os direitos dos cristãos velhos), os neo-convertidos que não ofereciam resistência e procuravam integrar-se, e os neo-convertidos que resistiam à conversão e procuravam conservar seus elementos culturais distintivos (os cripto judeus). Estes dois últimos grupos (os neo-convertidos) eram chamados de cristãos novos.

Lembrem-se sempre que não é através do nome que vocês sabem se são, ou se não são, descendentes de judeus. Existe alguma propaganda falsa que lança a confusão, mas não se deixem enganar!
Podem ter um nome de arvore e serem (ou não serem) descendentes de judeus.
Podem ter um nome que não seja de arvore e serem (ou não serem) descendentes de judeus.