Igreja congratula-se com a atribuição do subsídio de desemprego aos imigrantes.

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, admitiu, ontem, em Fátima, que alguma da legislação portuguesa está desajustada à realidade da imigração.
O responsável da Cáritas falava no encerramento do "V Encontro Nacional de Apoio Social ao Imigrante", que este ano abordou a temática da "Imigração com Abrigo".
Eugénio Fonseca falou ainda da lei do realojamento e da habitação social "Sabemos que subjacente a essa legislação estão determinados preconceitos, que até nem têm fundamento", frisou Eugénio Fonseca. O responsável da Cáritas sustentou, por último, que as leis em vigor "têm trazido algum pendor que leva a sociedade a olhar com desconfiança para o fenómeno migratório".
Por seu turno, o responsável da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), padre Rui Pedro, apelou ao "uso e abuso" da Provedoria de Justiça para solucionar os problemas dos imigrantes. Perante uma plateia constituída por responsáveis de organizações diocesanas que trabalham com imigrantes, de centros locais de apoio a estes cidadãos e de outras entidades, o sacerdote Rui Pedro lembrou que, através do Provedor de Justiça, conseguiu-se que esta população pudesse receber o subsídio de desemprego. Sobre esta matéria, explicou tratar-se de uma "injustiça" que "demorou a ser reparada".
"Sempre que houver casos gritantes podemos enviar um fax com a queixa", referiu o presidente da OCPM.
Corroborando a posição do presidente da Cáritas, referiu-se aos problemas que os imigrantes têm em arrendar uma casa, sobretudo com a recusa, por parte dos senhorios, em estabelecerem contratos de arrendamento, situações que segundo este padre conduzem a casos de exploração e discriminação.