sábado, julho 15, 2006

Siglas da Povoa de Varzim

As siglas entraram em uso na Póvoa de Varzim devido à colonização viking entre os séculos IX e X e permaneceram na comunidade devido à prática da endogamia e protecção cultural por parte da população.

As marcas poveiras eram usadas como brasão ou assinatura familiar para assinar os seus pertences – também existiram na Escandinávia, onde eram chamados de "bomärken".

Herança da raça

As siglas são brasões de famílias hereditários, transmitidos por herança de pais para filhos, têm simbolismo e só os herdeiros podem usar.

As siglas eram passadas do pai para o filho mais novo, aos outros filhos eram dadas a mesma sigla mas com traços, chamados de «pique». Assim, o filho mais velho tem um pique, o segundo dois, e por aí em diante, até ao filho mais novo que não teria nenhum pique, herdando assim o mesmo símbolo que o seu pai.

Na tradição poveira, que ainda perdura, o herdeiro da família é o filho mais novo tal como na antiga Bretanha e Dinamarca. O filho mais novo é o herdeiro dado que é esperado que tome conta dos seus pais quando estes se tornassem idosos.

Podem consultar mais informações sobre estas runas no site :

http://www.cm-pvarzim.pt/turismo/conhecer-a-povoa/siglas-poveiras


Não sou nenhum especialista nestes assuntos, mas ao escrever sobre estas runas da Povoa lembrei-me da obra “The races of Europe” de Carleton Stevens Coon, onde no capitulo XV sobre a península Ibérica escreveu o seguinte:

“Some of the fishing villages along the coasts, however, contain locally differentiated populations as do fishing villages everywhere; one, Povoa de Varzin in Minho province, is distinguished by a slightly greater than usual degree of blondism, broad faces, and broad jaws (bizygomatic = 133 mm., bigonial, 108 mm.). Whence this broad-faced strain is derived is not known.”

Os ataques dos vikings às nossas costas de Entre-Douro e Minho estão perfeitamente documentados, foram até a principal causa da escolha de Guimarães para capital (por estar mais afastada da costa do que o Porto), Coon limitou-se a constatar as diferenças raciais que encontrou na Povoa do Varzim em relação às restantes regiões costeiras portuguesas, e Coon não se baseou em análises de ADN, observando as populações Coon encontrou diferenças, e estas runas podem muito bem ser uma pista para entendermos o porque do “greater than usual degree of blondism” encontrado na Povoa de Varzim. A explicação pode ou não ser esta, o facto é que as diferenças raciais existem, e a presença desta tradição nórdica na Povoa também é inegável.