Angola vinga herói benfiquista
Várias centenas de portugueses foram alvo duma acção policial, acabando na Polícia de Luanda, para onde foram encaminhados.
Segundo o JN:
“A decisão tomada pelo Ministério angolano da Administração Interna é entendida, de acordo com alguns cidadãos da comunidade portuguesa, contactados pelo JN, como uma "retaliação administrativa" relativa ao "caso" Mantorras. Segundo as mesmas fontes, o mais "revoltante" é que os portadores de cartas de condução de outras nacionalidades não foram fiscalizados.”
(…)
“Se hoje, às 8 horas, os portugueses não comparecerem no posto de Luanda da Brigada Especial de Trânsito, serão acusados do "crime de desobediência civil””
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“A situação precipitou-se no passado dia 5, quando o futebolista Pedro Mantorras foi mandado parar pela PSP e acabou por passar toda a manhã no tribunal do Seixal, por ter sido apanhado a conduzir com uma carta angolana”
http://jn.sapo.pt/2007/03/12/ultima/caca_a_carta_portuguesa_luanda.html
Lembremos que Mantorras, herói do Sport Lisboa e Benfica não é virgem nestas situações, já falsificou (rasurando com esferográfica) a data de validade do visto no célebre voo da Suíça.
Uma coisa é a Policía Angolana controlar a documentação aleatoriamente, outra muito diferente é esta acção concertada das autoridades angolanas dirigidas a europeus, isto chama-se XENOFOBIA (por serem “portugueses”) e RACISMO (por serem brancos).
Angola nisso parece estar muito melhor Portugal, já que Portugal é uma pátria multirracial que pretendeu e continua a pretender miscegenar a sua população, ao passo que Angola parece mostrar um pouco de orgulho étnico.
Em Angola a RAÇA consta dos bilhetes de identidade, não é como na “pátria” portuguesa pseudo-lusitana onde “somos todos iguais”, e onde valorizam muito a “língua”, considerando os africanos “nossos irmãos”.
Isto ocorre com todos aqueles que consideram que a Nação é uma realidade própria gerada através da lingua, dos costumes e da História. Para estes, nesse sentido histórico e linguístico as nossas fronteiras não estão na Europa mas alargam-se pelo atlântico sul e estendem-se até onde chega a CPLP. Afinal de contas só em 1975 é que Portugal ficou limitado a fronteiras europeias (esquecendo Macau, Açores e Madeira que dificilmente podem ser consideradas geograficamente europeias).
São as consequências de séculos dum nacionalismo histórico português baseado unicamente numa ideia de pátria ligada à língua, ao cristianismo e às conquistas territoriais.
Os africanos são povos errantes e sem pátria, muitos deles não reconhecem as fronteiras traçadas a régua e esquadro pelos europeus. No entanto isso traz-lhes uma vantagem, a sua força identificadora é a étnica. A força estrutural da etnia sobrepõem-se ao tecido da cultura e ambas a qualquer projecto de intenções da politica, nomeadamente os que sempre buscam e buscaram a consolidação de estados pluri-etnicos ou pluriculturais dentro das fronteiras herdadas.
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