sábado, janeiro 13, 2007

O Êxodo continua

Nos últimos três anos, o concelho de Marco de Canaveses viu partir, para Espanha, perto de oito mil trabalhadores da construção civil, com idades entre os 30 e os 45 anos, ou seja, mais de metade da população activa masculina.

De acordo com o Sindicato da Construção do Norte, que possui 35 mil associados, é a força de trabalho oriunda dos concelhos do distrito do Porto que garante, neste momento, a execução de uma série de obras em Espanha. Albano Ribeiro acrescenta que, nestes três anos, Gaia terá visto partir 5500 trabalhadores da construção civil, Matosinhos ficou sem 4600, Paredes perdeu mais de 4000 e Penafiel 3500. Quantos aos trabalhadores que diariamente deixam o Minho em direcção à Galiza, Albano Ribeiro prefere nem falar "São aos milhares".

http://jn.sapo.pt/2007/01/12/primeiro_plano/milhares_operarios_marco_canaveses_p.html

O aumento do número de portugueses que procuram trabalho em Espanha tem sido tão intenso que, ontem, o Sindicato da Construção do Norte, com o apoio da Câmara do Marco de Canavezes, lançou uma campanha de sensibilização para a mobilidade e segurança dos operários da construção civil. "Queremos afixar cartazes elucidativos na fronteira e em vários concelhos da zona Norte do país".

É de certa forma compreensível que exista um êxodo na região mais pobre da Europa Ocidental, ainda por cima quando estamos tão próximos dum pais muito mais rico como é a Espanha, o que já não é normal é que a nossa população, que é “forçada” a emigrar à séculos, vote e continue a preferir a manutenção do modelo ultra-centralista do estado português. Se não existisse a mobilidade e até a protecção social que existe na União Europeia certamente que a população da Calécia teria que acordar para a vida, mas na situação actual a solução mais "fácil" é receber subsídios ou emigrar. Até quando?